Pontuação


PONTO-E-VÍRGULA
O ponto-e-vírgula é de uso muito mais especializado do que a vírgula. Seu emprego resume-se às três situações que descrevemos a seguir.
a. Use o ponto-e-vírgula entre duas orações coordenadas não unidas por conjunção coordenativa (E, MAS, OU, NEM,POIS):
Nós não quisemos resistir; a situação parecia tensa demais.
Estou certo de que você gostará do vestido; ele cai-lhe como uma luva.
b. Use o ponto-e-vírgula para separar, numa série, itens que já contêm vírgulas:
Vermelho é o sinal para parar; amarelo, para aguardar; e verde, para seguir adiante.
Poucas pessoas compareceram ao funeral: Maria, sua irmã; João, seu cunhado; Helena, sua fiel enfermeira.
c. Use o ponto-e-vírgula para separar orações ligadas pelas conjun_
ções CONTUDO, ENTRETANTO, POR CONSEGUINTE, CONSEQÜENTEMENTE, PORTANTO:
A lebre corria muito; contudo, a tartaruga fazia uma média melhor.
Agora é que percebi que não trouxe a carteira; por conseguinte, vamos sair correndo.
Observação: Note que o ponto-e-vírgula encerra a primeira oração. Se a conjunção for deslocada para o meio da segunda, o ponto-e-vírgula fica no mesmo lugar:
A presença é obrigatória; portanto, os alunos não têm escolha.
A presença é obrigatória; os alunos, portanto, não têm escol ha.
A presença é obrigatória; os alunos não têm, portanto, escolha.
DOIS PONTOS
Empregam-se os dois pontos em três situações básicas:
a. Para introduzir uma série de itens. Tenha sempre em mente que uma série se compõe de duas partes, a introdução e a relação dos itens.
Os dois pontos só poderão ser empregados se a introdução for uma oração completa; em caso contrário, não deverá haver sinal algum entre as duas partes da série:
(INADEQUADO) As frutas de que mais gosto são: pitanga, butiá, guabiroba, araçá e goiaba.
(ADEQUADO) As frutas de que mais gosto são pitanga, butiá, guabiroba, araçá e goiaba.
(ADEQUADO) Gosto muito de certas frutas silvestres de nosso Estado: pitanga, butiá, guabiroba, araçá e goiaba.
b. Para introduzir uma citação formal, isto é, que reproduz exatamente as palavras do texto original. Inclui-se também neste caso a
reprodução textual da fala de alguém:
Disse o Padre Vieira: “Que importa que não adoreis o bezerro de ouro, se adorais o ouro do bezerro?”
Quando entreguei O bilhete, ele mandou-me dizer-te o seguinte: “Os galhos da figueira não balançam em dezembro”.
c. Entre duas afirmativas, quando a primeira introduz claramente a segunda, que lhe serve de explicação ou esclarecimento:
Uma coisa era certa: ele não iria fazê-lo outra vez. Vieram os parentes, com todas as crianças, cachorros e passarinhos: uma verdadeira horda.
TRAVESSÃO
O travessão não deve ser confundido com o hífen. Não apenas ele é um traço maior do que este, como seu uso é totalmente diferente.
O hífen é um sinal de uso ortográfico. Ele  serve para (1) ligar os elementos que formam as palavras compostas, (2) ligar os pronomes oblíquos ao verbo e (3) separar as sílabas dos vocábulos no final da linha escrita e seu uso, portanto, limita-se ao interior do vocábulo.
O travessão, por outro lado, pertence à pontuação interna da frase. Seus usos mais frequentes são os seguintes:
a. Para ligar palavras que formam uma relação espacial:
O vôo Rio – Paris foi suspenso.
A ponte Rio – Niterói necessita de reparos urgentes.
b. Para indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor:
Por que não vamos ao cinema?
Porque vou assistir ao jogo pela TV.
c. Para separar expressões intercaladas. Neste caso, exerce a mesma função das vírgulas duplas e dos parênteses, situando-se num grau intermediário:
Três de meus melhores amigos – Remo, Aleluia e Toco - esperavam junto à cerca.